Plano Safra é lançado com recorde de recursos e muitas perguntas.
O montante divulgado de recursos à disposição dos dois Planos Safra para esse ano era, de certa forma, o esperado pelo setor, pois já havia sido previsto no orçamento. As dúvidas que restam por hora são: e o recurso para a equalização de juros, que é de fato o que o Tesouro gasta para cobrir a diferença entre a taxa de juros real (Selic 13,75%) e a taxa de juros contratada pelo produtor por meio do Plano Safra, será suficiente?
No total do orçamento o agro tem um pouco mais de 13 bilhões aprovados que vão compor essa equalização. O setor previa a necessidade de 25 bilhões. Logo, fica no ar a dúvida: será que o produtor vai conseguir de fato contratar o Plano conforme suas promessas ou haverá, novamente, contingenciamento?
A briga da equipe econômica agora será para reduzir a taxa de juros a fim de que esse recurso chegue até o produtor durante todo o período do Plano (07/2023 a 06/2024) sem a necessidade de interromper linhas, como o ocorrido nos últimos 2 anos, em que as projeções do governo foram surpreendidas por uma necessidade de aumento da taxa Selic para conter a inflação.
Caso o governo consiga essa redução de juros e leve os recursos durante todo o período proposto, Lula e sua equipe marcarão um grande gol com o setor. Ou seja, se realmente o limão virar uma limonada, o governo usará a conquista a seu favor na mídia e no diálogo com a Frente Parlamentar da Agropecuária e entidades do agro que ainda estão resistindo a uma aproximação com o Executivo.
MAS, ainda sem a redução dos juros, deixamos aqui a pergunta no ar: teremos mesmo limonada para servir ao setor do agro?