Implantando ideias para colher resultados
O QUE FALTA PARA O AGRO SER REALMENTE TECH, POP, TUDO?
Por Ana Paula Cenci e Luciana Lacerda – sócias diretoras da ImPlantar Assessoria Institucional
Tecnologia de ponta dentro das fazendas?
Desinformação dentro da sociedade?
Necessidade de leis mais eficazes para o campo?
Consumidores mais exigentes?
Fato ou Fake?
Para o setor agropecuário brasileiro não é novidade que nossas fazendas utilizam o que há de mais moderno em maquinários, técnicas de manejo, sementes e genética, por exemplo. Por meio da Embrapa e de universidades de ponta na área agropecuária, temos pesquisas que auxiliam no desenvolvimento constante e tornam o produtor brasileiro cada vez mais competitivo nos mercados internacionais.
Mas e da porteira para fora? Enquanto o produtor investe em tecnologia dentro da fazenda, as leis existentes e as políticas públicas, fora da propriedade, não avançam no mesmo ritmo. Coisas simples, como a falta de sinal de internet e de telefone em boa parte das regiões rurais do país. Fora o básico do básico, como estradas e armazéns para movimentar a pujança que a genética e o maquinário deram conta de multiplicar.
Se fossemos resumir, seria mais ou menos assim: enquanto dentro da porteira o setor se torna campeão, desbancando outros países, fora dela parece que as coisas caminham para a desaceleração do agro. Falta agilidade no licenciamento ambiental, na liberação de moléculas mais modernas de defensivos agrícolas, na estruturação de um sistema de seguro rural eficiente e aberto ao mercado, entre outros lapsos. E a pergunta que fica é: o que leva a tanto descaso com um dos setores que mais emprega direta e indiretamente no Brasil?
A resposta é simples: falta mais conhecimento da população urbana de como o agro funciona, de que grande parte dos empregos e indústrias que movimentam as cidades se iniciam no meio rural e de que o campo demanda cada vez mais profissionais qualificados nas áreas de engenharia, economia, administração e robótica. Assim, boa parte da dificuldade que o governo brasileiro encontra para avançar com legislações mais modernas que beneficiem o empreendedorismo rural tem a ver com falta de informação e o preconceito que a sociedade, em sua maioria, possui do produtor rural. E a imprensa no meio disso tudo? Toma partido “de um certo lado” e assim joga por água abaixo o princípio básico da reportagem – a imparcialidade.
Temos uma população urbana que vive cercada de uma enxurrada de informação – 24 horas por dia de fatos e de fake news. Contar a verdade e debater as pautas não é o problema, o problema é que as inverdades que são faladas por aí, são tão bem contadas e reforçadas, que se tornam verdadeiras e são muito mais divulgadas do as que realmente retratam os fatos propriamente ditos.
Mais agilidade na liberação de licenciamento ambiental não significa mais desmatamento, significa apenas respeito aos prazos que estão na lei, afinal o Código Florestal já determinou o que pode ou não ser desmatado. Além disso, mais agilidade na liberação permite que mais servidores tenham tempo para fiscalizar e punir quem faz desmatamentos ilegais. Falta a sociedade não rural entender que para isso é preciso leis que tragam segurança jurídica, agilidade e mais crédito para que as fazendas continuem avançando no ritmo ditado pelas modinhas e influencers digitais!
O mesmo raciocínio serve para a questão de defensivos, antibióticos e bem-estar. Novas leis precisam vir regular o que a tecnologia e o consumidor trouxeram de novo. A ciência avança e o campo também quer avançar. Mas ele quer ir como protagonista, como um país que pode alimentar boa parte do mundo e não o vilão que quer destruir a Amazônia.
Para que isso seja feito é preciso união do setor agro e investimento em esclarecer ao cidadão, que é inundado de notícias falsas. É preciso que o produtor não se arme contra a população, mas sim abrace ela e esclareça. Ou seja, NÃO precisamos gritar que não fazemos desmatamento ilegal ou que não botamos veneno no prato dos brasileiros. Precisamos mostrar que somos uma classe que produz com amor e seriedade e que estamos dispostos a nos modernizar para oferecer alimentos cada vez mais saudáveis e por fim trabalhar por leis que punam aqueles que não respeitarem a norma.
O mundo digital trouxe velocidade na pulverização de conteúdo e com isso o empreendedor rural entendeu que o seu consumidor final está cada vez mais exigente e conectado com o que há de mais moderno. Bingo! E é exatamente, por isso, que os avanços na produção agropecuária estão sendo cobrados constantemente do mundo agro, mas está na hora da sociedade se desarmar. Ver o lado econômico de quem investe em tecnologias e acima de tudo, entender a necessidade de políticas que ajudem estes avanços a chegarem mais rápido.
O avanço tecnológico e de consciência exige rupturas, quebra de paradigmas, mudanças de direção para ambos os lados (urbano e produtor). Nesse quesito, nós da ImPlantar trabalhamos para que o produtor tenha segurança jurídica para se abrir às novas exigências de consumo e o consumidor precisa entender de verdade como este alimento é produzido para chegar até ele.
Trabalho pela frente é o que não falta e cada dia mais acreditamos em um agro consciente, produtivo e protetor da natureza, e que quer construir esta ponte junto com você. Aceita?!