Como poderemos atuar e nos proteger?
Chegamos ao fim de um ano eleitoral e com ele vem as expectativas, receios e, para alguns, esperança das mudanças que vão ocorrer no país. Porém, esse ano, especificamente, esses sentimentos estão mais aflorados do que nunca. Afinal, nunca tivemos na nossa história uma eleição presidencial tão disputada e tão dividida, e que gera ainda tanta insegurança a ambos os lados.
Do lado dos que apoiaram o presidente Jair Bolsonaro, fica a insegurança com relação às conquistas normativas consideradas positivas nos últimos anos para o agronegócio brasileiro, tais como um Ministério único para questões agrícolas, um Ministério do Meio Ambiente que comunicou com o setor e uma evolução considerada positiva no geral no que tange a segurança das propriedades (tanto da posse da terra quanto da violência e invasões).
Por outro lado, estão os que apoiaram o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, e com eles vêm a insegurança em relação ao apoio que terão em um Congresso majoritariamente eleito de candidatos de centro ou direita. Esse apoio hoje é fundamental para que suas pautas avancem e para que o governo cumpra suas promessas de campanha.
Mas e o agro nisso tudo?
Para nós da ImPlantar, o Agro será mais uma vez desafiado a trabalhar com estratégia, dados e, principalmente, consistência. Essas são as palavras-chave da nossa empresa e que definem os nossos pilares de Associar + Comunicar = Politizar!
Sim, sabemos que para a maior parte dos produtores rurais o resultado não agrada, mas apenas bradar como oposição não vai trazer resultados e conquistas. É preciso se opor a questões sensíveis que podem nos afetar da maneira correta, e esta passa, necessariamente, pelo diálogo constante e embasado com os parlamentares eleitos.
Hoje, o Congresso Nacional tem em suas mãos, por meio de leis aprovadas de 2002 para cá, muito mais poder de negociação do que o executivo. Nos últimos anos o poder executivo virou, literalmente, executor do que é definido, debatido e aprovado no âmbito do legislativo.
Como curiosidade, trazemos alguns dados aqui para vocês. O ano de 2002 mudou a forma em que as Medidas Provisórias eram analisadas pelo Congresso. Atualmente, caso elas não sejam avaliadas e aprovadas em um prazo total de 120 dias (período em que pode ficar vigente) ela “caduca” e só poderá ser reapresentada pelo presidente da República no próximo ano. De 2009 para cá, tivemos 108 Propostas de Emenda à Constituição aprovadas. Por fim, em 2022, 70% dos projetos aprovados no Congresso são de origem dos parlamentares e não do governo federal.
O que isso nos mostra? Que o presidente da República hoje tem grandes responsabilidades e influência política, mas o poder de deixar ele atuar ou não, definitivamente, está na mão do parlamento.
E como isso afeta o agro e suas representações?
Essa atual conjuntura política nos mostra que, se fortalecermos nossas associações, sindicatos e movimentos e atuarmos com estratégia junto aos parlamentares poderemos ter muita influência sobre o que será decidido nos próximos anos do país.
Ou seja, o agro elegeu um número histórico de senadores que dialogam e conhecem o setor, assim como os cidadãos elegeram um parlamento majoritariamente de centro, o que significa que esse parlamento é mais tendencioso a escutar a população do que defender a todo custo pautas e posições partidárias pura e simplesmente.
Enfim, a análise política e de atuação estratégica é muito mais densa do que esse simples relato feito a vocês, mas a mensagem que queremos trazer é a de um grande amigo nosso que também trabalha nos bastidores defendendo o agro: “A AGROPECUÁRIA tem votos na Câmara dos Deputados, basta articulação, mobilização e estratégia”
Vamos continuar unidos e trabalhando com fatos. Temos uma bancada forte, e ela precisará de um setor disposto a contribuir com argumentos sólidos para continuar trabalhando!